sexta-feira, 1 de maio de 2009

Eu e os bancos azuis

Eu vi o céu azul, senti como nunca o vento tocar-me o rosto, com a face inclinada a olhar o céu que me encantava vi passar um bando enorme de pássaros voando, momento raro entre os dias que avançam com tanta rapidez. O que havia presenciado fez com que involuntariamente me abrisse um sorriso feliz. Subi as escadas seguindo o caminho rotineiro de minhas tardes até os bancos azuis, lugar onde leio e observo o movimento das pessoas e da natureza, vez ou outra pássaros se aproximam e quando eu os olho voam fazendo cair lágrimas de chuva das folhas da árvore que sombreia os bancos azuis. Continuo a ler enquanto vultos um a um passam por mim, pela árvore, pelos pássaros, pelo azul do céu e dos bancos. As reações ao percorrerem o mesmo caminho que percorri sem dúvida são diferentes, assim como o caminhar pelas estradas da vida, uns caminham muito rápido, outros caminham devagar demais, eu digo que estou entre os dois, sentir uma dor rápida a ponto de pouco perceber e degustar lentamente o sabor do que é bom é o que procuro. Então estou de volta aos bancos azuis, e aos poucos vou me perdendo ou encontrando em meio as minhas sensações e pensamentos. Não preciso medir a velocidade da minha vida ainda, por enquanto sentir-me viva é o bastante.

3 comentários:

B., Antonione disse...

Sob a copa das árvores, uma bela moça lê as auroras dos homens que passam, os respingos de versos inscritos no reboar dos pássaros e os sentidos diversos que colorem as tardes chuvosas numa folha papel almaço...

Uma nuvem de pássaros a brincar no céu sobrevoa o firmamento no que antecede um pôr-de-sol escarlate, o bando voa e se despede, e quando me vejo atento, percebo um sorriso brilhar, como se alimentada fosse uma alma na terra e outra no ar.

Corpo meu, minha morada! disse...

Lindo como você!

Florêncio E. disse...

Obrigada Laís. Fábio, acho que você sentiu também né.