quarta-feira, 14 de julho de 2010

Barco perverso

Estar navegando nesse mar de sons desafinados
A esperar por tempestades, ao passar por elas, nada avistar
Poderia nadar pelas cordas desse mar por mais tempo
Satisfazer-me de uma emoção medíocre e contar para a lua
Deveria temer ao iceberg, ele está longe
Ele não derreteu enquanto parecíamos estar quentes
Ainda encrava um espaço grandioso vindo do lugar mais profundo
O barco viaja com um capitão bêbado, uma bússola antiga no peito
A cada tempestade que sobrevivo, escuto a música que me faz desejar o mar
Não é mais um resgate do que pereceu congelado
Navego apenas para salvar o coração do capitão
Converso com as estrelas porque são o que tenho esta noite
A fé é o que sinto, além de um amor tolo e solitário pelo mar.

2 comentários:

Ana Valeska Maia disse...

Que bonito Dinha!

Állyssen disse...

Coração de capitão solitário ao menos pode gozar de uma solidão acompanhada...

=)

a poesia de faz companhia para todas as horas...