quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Vindouro
Em céus distantes
Amantes ao mar
Sussurram aos homens
Que a-mar é gigante
Amigos derretidos
Cultivam o sentir
Em terras mutantes
Entre um vento imigrante
As lágrimas falantes terão a ação
E inesperadamente os versos futuros
Tocarão os lábios
Acelerando o pulsante coração
Ressoam em carícias
As delícias que arrebatam
Vindouras alicias.
Eulandia Florêncio/ Fábio Rabelo
Imagem: René Magritte
sábado, 17 de outubro de 2009
De tarde
Os passarinhos estavam a poetar
Cantando, voando para lá e para cá
Ainda se podia ver o sol
E o céu claro bem azulzinho
A menina nos bancos azuis
Arrumava os cabelos enquanto se perdia
Encantada com a beleza que era ver
Todos aqueles pássaros
Folhas secas que caiam ao chão
E repousavam em seus pés
Toda a força do vento
Balançava os galhos das árvores
E ainda por cima lhe assanhava os cabelos
Fugia em devaneios
Uma fuga verde, azul, branca, amarela,
Colorida como aquarela
A nossa bandeira
É nossa beleza
É a vida, a riqueza essencial
A nossa natureza
Cantando, voando para lá e para cá
Ainda se podia ver o sol
E o céu claro bem azulzinho
A menina nos bancos azuis
Arrumava os cabelos enquanto se perdia
Encantada com a beleza que era ver
Todos aqueles pássaros
Folhas secas que caiam ao chão
E repousavam em seus pés
Toda a força do vento
Balançava os galhos das árvores
E ainda por cima lhe assanhava os cabelos
Fugia em devaneios
Uma fuga verde, azul, branca, amarela,
Colorida como aquarela
A nossa bandeira
É nossa beleza
É a vida, a riqueza essencial
A nossa natureza
sábado, 10 de outubro de 2009
Outubro
O som da saudade que tenho, é o mesmo das águas correndo.
Um longo feriado sem você e tudo é resumido em melancolia
As estradas estão interditadas, aeroportos fechados, vôos atrasados.
E aqui ainda há alguém pensando no toque intenso dos seus olhos
Desejando o perfumado calor da sua presença,
do sorriso, aquele que vem comunicar o nosso amor.
Lembro da música que se compõe na tua voz
e que o vento malvado vem sussurrar-me ao pé do ouvido,
não deixando por nenhum minuto eu te esquecer.
Logo entardeceu e o sono já viera me procurar
finalmente vou poder dirigir até te encontrar,
Em um sonho alto como o vôo de uma águia
vou planar, te avistar e declarar a falta que você faz.
Um longo feriado sem você e tudo é resumido em melancolia
As estradas estão interditadas, aeroportos fechados, vôos atrasados.
E aqui ainda há alguém pensando no toque intenso dos seus olhos
Desejando o perfumado calor da sua presença,
do sorriso, aquele que vem comunicar o nosso amor.
Lembro da música que se compõe na tua voz
e que o vento malvado vem sussurrar-me ao pé do ouvido,
não deixando por nenhum minuto eu te esquecer.
Logo entardeceu e o sono já viera me procurar
finalmente vou poder dirigir até te encontrar,
Em um sonho alto como o vôo de uma águia
vou planar, te avistar e declarar a falta que você faz.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Belas cores à vista, é a vida!
Belas cores á vista, o mundo então emprestara seu precioso espaço. Com o olhar assustado um choro!
Aquela bolsa aonde a mamãe o guardava era tão agradável e quentinha, ali envolvido, alimentado e amado de tudo era protegido. Depois de conter o choro, a criança desejada é sempre mimada, e tamanha é a pureza que se sente com a delicadeza do ser.
Foi protegido, amado e educado para a fôrma do sucesso, a sociedade sabe bem como estabelecer seus padrões, paulatinamente vai plantando idéias ilusórias sobre prioridades. O sucesso ganha formato de coisa e nós também! Caímos na armadilha! Prisioneiros da própria escolha!
A magia do ser puro e amado vai se esvaindo e deixamos de recolorir as cores belas vistas ao nascer, de sentir o toque do amor envolver.
A bolsa da mamãe era confortável, mas as cores fora dela precisam de cuidados, de amantes que amem a vida. Porque não foi fácil nascer e estar aqui nesse espaço agora. E o mundo quer amor! Porque ter aquela velha opinião formada sobre tudo está tirando a vida das cores e as cores da vida, está adoecendo o mundo, adoecendo o amor e a gente.
Nós nascemos do amor, mas pelo que estamos morrendo?
Aquela bolsa aonde a mamãe o guardava era tão agradável e quentinha, ali envolvido, alimentado e amado de tudo era protegido. Depois de conter o choro, a criança desejada é sempre mimada, e tamanha é a pureza que se sente com a delicadeza do ser.
Foi protegido, amado e educado para a fôrma do sucesso, a sociedade sabe bem como estabelecer seus padrões, paulatinamente vai plantando idéias ilusórias sobre prioridades. O sucesso ganha formato de coisa e nós também! Caímos na armadilha! Prisioneiros da própria escolha!
A magia do ser puro e amado vai se esvaindo e deixamos de recolorir as cores belas vistas ao nascer, de sentir o toque do amor envolver.
A bolsa da mamãe era confortável, mas as cores fora dela precisam de cuidados, de amantes que amem a vida. Porque não foi fácil nascer e estar aqui nesse espaço agora. E o mundo quer amor! Porque ter aquela velha opinião formada sobre tudo está tirando a vida das cores e as cores da vida, está adoecendo o mundo, adoecendo o amor e a gente.
Nós nascemos do amor, mas pelo que estamos morrendo?
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Jalal ud-Din Rumi
A evolução da forma
Toda forma que vês
tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvanece, não importa,
permanece o original.
As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.
Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?
A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?
Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido tua jornada,
de certo hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.
Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.
Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre Um; com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.
Poeta-místico sufi do século XIII Jalal ud-Din Rumi
Poemas Místicos, Ed. Attar, 1996
Toda forma que vês
tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvanece, não importa,
permanece o original.
As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.
Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?
A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?
Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido tua jornada,
de certo hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.
Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.
Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre Um; com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.
Poeta-místico sufi do século XIII Jalal ud-Din Rumi
Poemas Místicos, Ed. Attar, 1996
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